sexta-feira, 24 de agosto de 2007

“Eu moro mesmo no meio da rua!”


Por Silvia Dalpicolo

Será possível alguém morar na rua por vontade própria? Além de a resposta ser afirmativa é também mais comum do que se imagina. Este é o tema do trabalho de conclusão de curso, cuja prévia foi exibida em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 21 de agosto, na Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

O vídeo-documentário “Minha Rua, Minha Casa” conta com diversos relatos de vida de quem vive nas ruas por opção própria, entre eles o de Sebastião Nicomedes de Oliveira, 38 anos, personagem principal da produção. Tião, como é conhecido nas ruas, era dono de uma empresa de comunicação visual e após sofrer um acidente de trabalho, sua vida se complicou, assim como sua situação financeira. Foi aí que ele optou por morar nas ruas, albergues e pensionatos.

Uma curiosidade é que a quantidade de mulheres que vivem nas ruas é bem inferior a de homens, e a aluna Juliana Borges, uma das responsáveis pelo documentário explica: “As mulheres que vivem nas ruas não resistem ao transtorno mental, pois se elas não se prostituem acabam sendo estupradas, e então, são internadas em hospitais psiquiátricos”.

O grupo, formado pelas alunas Michelle Ferreira, Juliana Vieira, Alessandra Furtado, Daniele Garbin, Juliana Borges e Aline Dias diz que aprendeu muito com os personagens durante as filmagens do vídeo.

“As questões sociais para eles são mais importantes do que para nós, eles lutam mais pela vida. As histórias deles têm muito a acrescentar”, finaliza Juliana.
A produção será exibida na íntegra em outubro, no Anfiteatro da Universidade IMES, com entrada gratuita para o público.

Um comentário:

Anônimo disse...

Bom texto, mas sugiro a troca do termo "estupradas" por abusadas sexualmente.