sexta-feira, 24 de agosto de 2007

A rua é meu lar

Algum desavisado que passar pela Avenida Paulista em direção à Doutor Arnaldo pode estranhar a cena: ali, na passagem subterrânea que liga as avenidas há uma rampa de concreto, áspero e chapiscado.

Se trata da rampa anti-mendigo, instalada no começo da gestão de José Serra na capital, e que se espalhou por outros pontos da cidade, causando muita polêmica.

A ação é uma amostra de como sucessivas gestões pensam em maneiras de lidar com os moradores de ruas. Mas afinal, quem são essas pessoas, que andam pela região metropolitana, sem destino?

Um documentário produzido por alunas do IMES (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) promete responder a questão. “Minha rua, minha casa” teve sua pré-estréia na última terça-feira no campus I da faculdade.

A pesquisa do TCC teve início com os depoimentos de Sebastião Nicomedes de Oliveira, de 38 anos. Após um acidente de trabalho, Tião – como é conhecido nas ruas -, mudou de vida. Enquanto se recuperava no hospital, os sócios da empresa de Comunicação Visual em que tinha participação foi vendida. “Eu estava instalando uma placa e teve um momento que eu não sei o que aconteceu, me deu um estalo rápido e eu caí. Atravessei o toldo e ele caiu em cima de mim. Quando cheguei na oficina, após um tempo hospitalizado, não existia mais nada, tudo sumiu: os equipamentos, tintas, faixas, meu local de dormir e até meus amigos sócios”, relata.

O grupo de estudantes conheceu Tião durante a peça “Diário dum carroceiro”, escrita e interpretada por ele, e que conta sua própria vida.

As alunas prometem contar histórias reais de pessoas que já moraram nas ruas, com depoimentos marcantes.

O vídeo documentário será exibido no final de outubro na Universidade Municipal de São Caetano do Sul.

Tiago Oliveira

Um comentário:

Anônimo disse...

texto postado duas vezes.