quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Invisíveis para a sociedade



Por Gustavo Ellero

Os alunos do 4 ºano de jornalismo da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul), observaram na última quinta–feira (21) a apresentação de três trabalhos de conclusão de curso. Pesquisas com temas distintos, porém com características interligadas e um tanto quanto peculiares. Os assuntos foram violência contra a mulher, futebol de várzea e uma analise sobre a linguagem da revista feminina Plástica e Beleza, apresentados respectivamente pelos estudantes, Edilma Rodrigues,Luiz Prudêncio Junior e Diana Nakamura.


Edilma defendeu a temática, “Como a imprensa retrata a violência contra a mulher”, dizendo que os jornalistas tem que se aprofundar mais ao tema e procurar dar maior amplitude a esse problema que atinge cerca de 2,1 milhões de mulheres no Brasil e ainda é pouco discutido no país.
Luiz abordou seu tema “Futebol de Várzea – Futebol amador e seus personagens”, que teve como resultado um vídeo documentário e mostrou a visão masculina que envolve o futebol amador. Contou também que chegou a ter medo de gravar em certos lugares e exaltou o período de ouro da várzea, onde os atletas eram idolatrados.


Diana explicou o caso da revista feminina com a monografia intitulada, “Informação ou Persuasão? Uma análise da revista Plástica e Beleza”. De acordo com a autora os textos da revista ao invés de informar a leitora tenta persuadi-la para assim comprar os produtos indicados pela própria publicação, ferindo assim a ética jornalística.


São três temas que estão interligados. O futebol de várzea sempre foi um ambiente muito masculino, rústico, onde os homens bebem e, que segundo o próprio autor do estudo mostra, é um ambiente onde o consumo de drogas é freqüente. Pois bem, é nesse ambiente regado por drogas, bebidas e virilidade que o homem cresce como o “rei do lar” e passa seu dia.


A mulher por sua vez cuida do “lar” fazendo o papel de “dona de casa”. Seu único entretenimento é assistir a novela ler algumas revistas femininas, que não estão preocupadas em informá-la e sim em vender produtos, deixando –a assim alienada ao resto do mundo. Mas a mulher não percebe essa alienação e continua sua vida, cuida da casa, dos filhos e serve ao “rei do lar”.
O homem chega em casa bêbado, drogado, depois de ficar o dia inteiro lidando com sua virilidade e banalizando o sexo feminino, diante de todo esse circo ele agride sua esposa na frente dos filhos. A mulher sem instrução continua sua vida com medo de ser julgada pela sociedade.


O que vimos acima é o estereótipo da família de baixa renda em que se predomina o futebol, agressão ao sexo feminino e alienação pelos meios de comunicação. Isso não quer dizer que toda mulher seja alienada nem que o futebol é responsável pelos problemas sociais, muito menos, que todos os meios de comunicação estão ai para alienar as pessoas, e sim que enquanto não houver preocupação com as classes menos favorecidas esse estereótipo será sempre uma triste realidade em muitas famílias esquecidas pelas periferias brasileira.

2 comentários:

Anônimo disse...

analise leva acento agudo
jornalistas tem = falta circunflexo
reveja o uso do verbo "assistir" no texto.

Bem coeso, conseguiu contemplar a todas as apresentaçoes.

ká! Karolina Rovai disse...

Tenho duas dificuldades: a primeira, não consigo me inscrever para postar, sem ter de fazer um comentário em cima da postagem de alguém, mas tudo bem, loira e filho de português, é isso aí. Segundo, para variar não estive presente. :p

Mas, o que tenho a dizer a respeito da violência contra a mulher, é que é, simplesmente, a manifestação mais pura do machismo dentro da sociedade. A princípio pela própria agressão em si, onde não há defesa, já que fisiológicamente o homem é bem mais forte. E depois, pelos motivos que ela é permitida. Talvez muitas pessoas se perguntem: "Mas por que a mulher quando é agredida pelo marido não vai embora? Não denuncía na delegacia da mulher? Ela deve gostar de apanhar!"
Talvez em alguns casos a mulher até tenha uma obcessão tremenda pelo marido, ou goste da situação de submissão. Mas a realidade, que hoje deixa cada vez mais de ser real, graças a Deus. É que a mulher, na maioria das vezes, tem de suportar as agressões do marido, por que infelizmente ele é "o homem da casa".
A maioria das mulheres ainda são totalmente dependentes do marido.
No mercado de trabalho do Brasil, por exemplo, as mulheres ocupam 40% dos postos de trabalho, e ainda ganham em média 30% a menos que os homens, para realizar exatamente o mesmo trabalho.
É o marido quem põe comida, paga as contas, etc. E para a mulher ter este, querendo ou não, pai de família, atrás das grades, com sei lá quantos filhos para criar, não é interessante.
Então, o que seria muito bom para a mulher, é que o agressor não fosse preso, e sim multado. Opa, é extamente isto que a Lei Maria da Penha sugere. No entanto o pagamento da multa é realizado em forma de serviço social. Ou seja, o dinheiro vai para outra família carente. A mulher, imagine! Nem ve a cor do dinheiro.
Eu acredito que a solução do problema se encontra muito mais na constituição, do que na imprensa. Mas, para dar uma forcinha o que creio eu, podemos fazer, é apenas clarear um pouco as coisas em relação a esta situação e a Lei Maria da Penha. Qua para muitas pessoas é uma dádiva as mulheres, e mulheres que não fazem uso, são "mulher de malandro".