sexta-feira, 22 de agosto de 2008


O jornalismo não reflete a beleza

Por Celso M. Rodrigues

É bem verdade que ao passar em frente às bancas de jornal nos deparamos com centenas de milhares de títulos de revistas, mas o que impressiona mais e salta aos olhos é a quantidade de títulos destinados à beleza e estética feminina, aos bens que uma plástica ou tratamento estético podem causar, porém, ao mesmo tempo nos confrontamos com um contra-senso, pois não é possível que se fale de um tratamento sem citar os riscos que possam ocorrer.

Com esse viés a aluna Diana Nakamura defende a teoria de que as edições destinadas a beleza feminina pregam mais a venda – publicidade – do que o jornalismo, para ser mais objetivo diríamos que se trata de jornalismo publicitário e não de jornalismo de informação como é conhecido e conceituado o termo jornalismo.

O questionamento deve-se ao fato de existir pouca informação quanto ao aspecto jornalístico, que seria apurar, investigar, buscar todos os detalhes possíveis e relevantes, para que não haja nenhuma dúvida ao fornecer ao leitor essa informação.

Seguindo esse raciocínio seria correto dizermos que revistas especializadas nesse segmento teriam a intenção de vender, mas não apenas, seu produto em si, que é a publicação, mas agregar a essa, um volume maior de publicidade, tanto na parte de seus textos – interno –, quanto primeira capa, contracapa, terceira e quarta capas.

Para Diana Nakamura o que pode ser questionável é o fato de essas publicações trabalharem com formato jornalístico, mas com alma de publicidade.

“Você vê muitas revistas que têm mais publicidade que texto jornalístico, e mesmo os textos jornalísticos não trazem informações que o intitularia como tal.”, e continua, “eles colocam até profissionais da área, que segundo código de ética dos médicos, não é permitido divulgar nome, foto e telefone”. Segundo o código de ética de medicina, tais procedimentos são condenáveis e passíveis de perda do registro, informação cedida pelo Assessor da prefeitura de Santo André da área da saúde e professor Arquimedes Pessoni.

Ainda que seja questionável, pode-se dizer que um veículo de comunicação desse segmento faz uso de todos os critérios o qual lhe confere o “status” jornalístico. Para tanto se utiliza números de registros dos profissionais que assinam as matérias (MTB), editorias, linguagem jornalística em textos específicos, dentre outros atributos das características jornalísticas, por isso fica no ar esse dilema, sobre o que é praticado e publicado por essas edições e se realmente fazem jornalismo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Captou a mensagem, bom texto.