domingo, 7 de setembro de 2008

Sensacionalismo ou fato? Fato sensacionalista?



Por Celso M. Rodrigues

Quarta-feira, 03 de setembro de 2008, poderia ser mais um dia tranqüilo no aeroporto de congonhas, mas parece que já virou rotina, um avião de pequeno porte, um bimotor modelo King Air, prefixo PT-PAC, saiu da pista ao abortar a decolagem. A aeronave levava três tripulantes, que tiveram ferimentos leves, e tinha como destino a cidade de São José dos Campos, segundo informações da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

Mais um daqueles casos, na qual, não há responsável direto. Como entender as mídias que divulgam essas reportagens e como as divulgam.

A aluna do curso de jornalismo, Alice Auler Galoppi, aborda em sua monografia os conceitos de divulgação, sobre o acidente do vôo 3054 da companhia aérea TAM em duas das principais revistas de variedades do país, a Veja e a Época.
Noite de terça-feira, 17 de julho de 2007, um Airbus A320, com capacidade para 170 passageiros que partiu de Porto Alegre, às 17h16, com destino a Congonhas, ao tentar o pouso em São Paulo, sob forte chuva e pista molhada, não conseguiu frear, atravessou a pista do aeroporto, a grade de proteção, cruzou a Avenida Washington Luiz e chocou-se contra o prédio da própria empresa do outro lado da via.
O vôo 3054 estava lotado e todos os ocupantes morreram na tragédia. Somando as vítimas em terra, foram 200 mortos no total.

O ponto mais discutido na apresentação foi o modo na qual as duas mídias abordaram o assunto.
Duas edições de cada veículo destinadas à tragédia, talvez não tivesse motivo para duas publicações, com fotos dos passageiros em forma de homenagem, ou será para chamar a atenção do leitor, outra com imagem da aeronave em chamas, e outras duas com apelo de sensacionalismo menos aparente, como um homem sentado em uma poltrona de avião sobre nuvens e a outra mostrando dias após e suas conseqüências legais.

Como dizer o que é sensacionalismo e o que não é? Afinal são fatos. O que devemos ter, é cuidado ao abordar o assunto e não transformá-lo em espetáculo, ainda mais, quando estamos falando de vidas. Vidas de pessoas que deixaram parentes, maridos, esposas, filhos, enfim, de que maneira trabalhar com esses tipos de acontecimento sem que seja tratado como sensacionalismo?

Receita para tanto, talvez não exista, mas talvez, o certo seja usarmos de “tato”, sensibilidade, coerência, ética e trabalharmos o fato em si, sem dar muita ênfase aos detalhes, como fotos dos corpos carbonizados e despedaçados. O que por sinal demonstra, realmente e explicitamente, o sensacionalismo.

Mas o que se demonstra a cada dia que passa, é que a medida que tragédias acontecem, os veículos de comunicação estão mais preocupados com a vendagem de seus exemplares do que com a ética e preservação da imagem das vitimas e seus familiares.

Um comentário:

Anônimo disse...

congonhas -> Congonhas
cuidado com as opiniões pessoais, use mais declarações de coletiva.