Por Simone Maximo
Qual a relação do ser humano com a paisagem e com as pessoas com que ele sempre conviveu? Qual o impacto que essa relação sofre quando os laços com as lembranças são quebrados?
Esse é o assunto abordado no livro Olhares: Memórias e identidades do bairro Cota 400 apresentado na última quinta-feira, 24, pelos alunos Caio Caprioli, Lívia Gonzalez, Luciane Brandão, Mayara Tabone e Paula Venâncio, do quarto ano de jornalismo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul.
O bairro começou a se formar na década de 30 para abrigar os funcionários da obra da Via Anchieta. A maioria dos migrantes que vieram a São Paulo se instalaram ali, e, por diversos motivos, principalmente financeiros, ficou inviável a volta para seus estados de origem. Hoje, depois de tantos anos e de uma ligação forte entre as pessoas e o ambiente em que vivem, o bairro Cota 400 é considerado uma comunidade que está em área de preservação ambiental, pertencente à Mata Atlântica, e, por isso, será remanejada para conjuntos habitacionais em Cubatão, implantados pela Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo (CDHU).
Durante a apresentação, o grupo ressaltou que o objetivo da obra não é opinar sobre a saída dos moradores, mas sim, questionar como uma comunidade, que por motivos históricos e econômicos se formou em áreas atualmente decretadas como impróprias, encara essas mudanças.
Olhares: Memórias e identidades do bairro Cota 400 chama a atenção por abordar um assunto bastante polêmico: até onde a questão ambiental, tão discutida atualmente, é mais importante que a vida de pessoas que possuem uma história e uma relação com o lugar onde vivem.
Um comentário:
Belo texto, parabéns!
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